Em todo o mundo, desde o século passado, mulheres de todas as idades, cores e vivências, se reúnem em círculo e relembram um costume muito antigo e praticamente universal em que as mulheres se reuniam durante a lua nova ou cheia em uma tenda, cabana, gruta ou clareira na floresta para celebrar seus ciclos sagrados. Nesses encontros as mulheres conversavam sobre suas vidas pessoais, a vida na tribo, compartilhavam conhecimentos, experiências, cantavam, dançavam, e expressavam sua sabedoria.
Os círculos de mulheres hoje nas sociedades contemporâneas buscam, além de reviver essa prática, proporcionar um momento e espaço de prazer, fraternidade, amizades, espiritualidade feminina e também fortalecer os laços entre as mulheres.
O movimento ganhou força com Jean Shinoda e seu livro "O milionésimo círculo", onde afirma, baseada na teoria do campo mórfico, que se um número crítico de pessoas mudar sua forma de pensar e agir (da violência à paz, da ignorância à sabedoria, da indiferença à compaixão, da competição à cooperação etc), uma nova era se iniciará.
Os círculos de mulheres espalhados pelo mundo se propõem a transformar a mentalidade da sociedade, enfocando na mulher que há séculos foi marginalizada socialmente e submetida aos extremos do patriarcalismo, que afeta tanto mulheres como homens.
Círculos de mulheres não são instituições ou grupos religiosos, embora trabalhem com a espiritualidade. Não são grupos terapêuticos, embora a cura possa ocorrer dentro de cada uma. A proposta principal é reunir mulheres de várias idades, crenças e vivências proporcionando momentos de amizade, sociabilidade, alegria, compartilhar experiências, conhecimentos e sabedoria.
De acordo com o relatório do Fundo das Nações Unidas para a População, em 2001: “A raça humana vem saqueando a Terra, de forma insustentável e dar às mulheres maior poder de decisão sobre o futuro pode salvar o planeta da destruição”.
Torna-se urgente, portanto, a criação de uma cultura mundial que promova o equilíbrio entre masculino e feminino, ser humano e natureza, matéria e espírito, intelecto e intuição, razão e emoção. A valorização e (res)sacralização do Feminino (princípio presente tanto na mulher como no homem) e da Natureza é um importante passo para a cura do planeta e da humanidade.
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