Círculos de mulheres podem ser vistos como um movimento evolucionário e revolucionário que está escondido por trás de uma imagem aparente: parece ser apenas um grupo de mulheres reunidas, mas cada mulher e cada Círculo está contribuindo para algo muito maior (Jean Shinoda - "O milionésimo círculo").



22 de outubro de 2011

Prece a Mãe Divina


(by Courtney Davis)

Deusa-Mãe que esta em toda Natureza
Honrados sejam todos os seus ciclos e faces.
Mantenha-nos em vosso colo nutridor e amado
Sejam respeitados os vossos ciclos
Tanto fora como dentro de cada um de nós.

A colheita sagrada de teus campos férteis
Dai-nos sempre

Corrige os nossos erros, assim como
corrigimos nossas crianças:
Com a brandura do Amor e
a justiça da Lei de Ação e Reação.

Não nos permita cair no esquecimento de
nossa origem divina

E protege-nos do pensamento e sentimento maldoso que nos afasta de Ti e que nos deixa vunerável à maldade do mundo

Que assim seja e o bem se faça!!

18 de setembro de 2011

A imagem da mulher na mídia

O Controle Social da Imagem da Mulher na mídia.


Vídeo super interessante! E discussão mais do que relevante para a sociedade brasileira e mundial.

http://vimeo.com/13125905

Seja escritora de sua vida!



Se é pra viver, vamos viver direito.
Com conteúdo.
Troque o verbo, mude a frase, inverta a culpa.
O sujeito da oração é você.
A história é sua, mãos à obra! Melhore aquele capítulo,
jogue fora o que não cabe mais, embole a tristeza,
o medo, aceite seus erros, reescreva-se.
Republique-se. Reinvente-se.
E transforme-se na melhor edição feita de você.

(Fernanda Mello)

9 de setembro de 2011

O arquétipo da Mulher Selvagem


"O arquétipo da Mulher Selvagem, bem como tudo o que está por trás dele, é o benfeitor de todas as pintoras, escritoras, escultoras, dançarinas, pensadoras, rezadeiras, de todas as que procuram e as que encontram, pois elas todas se dedicam a inventar, e essa é a principal ocupação da Mulher Selvagem. Como toda arte, ela é visceral, não cerebral. Ela sabe rastrear e correr, convocar e repelir. Ela sabe sentir, disfarçar e amar profundamente. Ela é intuitiva, típica e normativa. Ela é totalmente essencial à saúde mental e espiritual da mulher."

"Todas nós temos anseio pelo que é selvagem. Existem poucos antídotos aceitos por nossa cultura para esse desejo ardente. Ensinaram-nos a ter vergonha desse tipo de aspiração. Deixamos crescer o cabelo e o usamos para esconder nossos sentimentos."

"O espectro da Mulher Selvagem ainda nos espreita de dia e de noite. Não importa onde estejamos, a sombra que corre atrás de nós tem decididamente quatro patas."

Clarissa Pinkola Estés ("Mulheres que correm com os lobos")


Para se conectar a alma selvagem... Compartilho uma canção de Lisa Thiel e Ani Williams, "Wolf Chant".
http://www.youtube.com/watch?v=dqPbYlxueTg

A verdadeira beleza...

(pintura de Hélene Beland)

Segredos de beleza de uma mulher
(Poema de Sam Levenson)

1.

Para ter lábios atraentes, diga palavras doces.

2.

Para ter olhos belos, procure ver o lado bom das pessoas.

3.

Para ter um corpo esguio, divida sua comida com os famintos.

4.

Para ter cabelos bonitos, deixe uma criança passar seus dedos por eles pelo menos uma vez por dia.

5.

Para ter boa postura, caminhe com a certeza de que nunca andará sozinho.

6.

Pessoas, muito mais que coisas, devem ser restauradas, revividas, resgatadas e redimidas; jamais jogue alguém fora.

7.

Lembre-se que, se alguma vez precisar de uma mão amiga,
você a encontrará no final do seu braço. Ao ficamos mais velhos, descobrimos porque temos duas mãos, uma para ajudar a nós mesmos, a outra para ajudar o próximo.

8.

A beleza de uma mulher não está nas roupas que ela veste, nem no corpo que ela carrega, ou na forma como penteia o cabelo. A beleza de uma mulher deve ser vista nos seus olhos, porque esta é a porta para seu coração, o lugar onde o amor reside.

9.

A beleza de uma mulher não está na expressão facial, mas a verdadeira beleza de uma mulher está refletida em sua alma. Está no carinho que ela amorosamente dá, na paixão que ela demonstra.

10.

A beleza de uma mulher cresce com o passar dos anos...

Oração da mulher

(Rassouli's Ladies art)

Mulher

Neste planeta, onde as trevas imperam,
eu suplico, Mãe Santíssima,
envolvei em Vosso puro manto os corações das mulheres; Que, fortificadas por Vosso amor,
nossas irmãs de jornada não se percam pelos caminhos da vaidade, dos vícios.
Às mulheres foi dado o dom da vida.
Que isto esteja presente em seus corações
e em seus espíritos. Mães, esposas, irmãs,
amigas, namoradas, a mulher é sempre a luz
que deve iluminar o caminho de seus
companheiros. Desde o berço, o amor materno
nos ensina que na mão da mãe encontramos
a segurança que precisamos para crescer;
É através de seus ensinamentos que
adquirimos confiança para seguirmos
em nossa jornada.
Permiti, Mãe Santíssima, que nossas irmãs
não se desviem do caminho traçado por Deus, esquecendo que são elas as flores, as luzes que
devem alegrar e iluminar a vida;
os ombros amigos que deverão estar sempre
prontos para o descanso e conforto daqueles
que necessitem; a palavra amiga, sincera e conselheira a manifestar-se sempre que
se fizer preciso. Que nunca falte à mulher
um sorriso para distribuir e que ela saiba
de que seu sorriso depende a alegria de seus companheiros de jornada.
Enfim, Mãe, protegei as nossas irmãs,
para que nesta encarnação elas possam
sair vitoriosas na sublime missão
que lhes foi confiada.

(Marina C. Cruz)

1 de setembro de 2011

A Teia da Vida




Compartilhando esse belo texto escrito por Daniel Munduruku...


Não somos donos da Teia da Vida

Meu avô costumava dizer que tudo está interligado entre si e que nada escapa da trama da vida. 

Ele costumava me levar para uma abertura da floresta e deitava-se sob o céu e apontava para os pássaros em pleno vôo e nos dizia que eles escreviam uma mensagem para nós. “Nenhum pássaro voa em vão. Eles trazem sempre uma mensagem do lugar onde todos nos encontraremos”, dizia ele num tom de simplicidade, a simplicidade dos sábios.

Outras vezes nos colocava em contato com as estrelas e nos contava a origem delas, suas histórias. Fazia isso apontando para elas como um maestro que comanda uma orquestra. Confesso que não entendia direito o que ele queria nos dizer, mas o acompanhava para todos os lugares só para ouvir a poesia presente em sua maneira simples de nos falar da vida.

Numa certa ocasião ele disse que cada coisa criada está em sintonia com o criador e que cada ser da natureza, inclusive o homem, precisa compreender que seu lugar na natureza não é ser o senhor, mas um parceiro, alguém que tem a missão de manter o mundo equilibrado, em perfeita harmonia para que o mundo nunca despenque de seu lugar. “Enquanto houver um único pajé sacudindo seu maracá, haverá sempre a certeza de que o mundo estará salvo da destruição”. Assim nos falava nosso velho avô como se fôssemos – eu e meus irmãos, primos e amigos – capazes de entender a força de suas palavras. 

Só bem mais tarde, homem adulto, conhecedor de muitas outras culturas, pude começar a compreender a enormidade daquele conhecimento saído da boca de um velho que nunca tinha sequer visitado a cidade ao longo de seus mais de 80 anos.

Percebi, então, que meu avô era um homem com uma visão muito ampla da realidade e que nós éramos privilegiados por termos convivido com ele. Estas lembranças sempre me vêm à mente quando penso na diversidade, na diferença étnica e social. Penso nisso e me deparo com a compreensão de mundo dos povos tradicionais. É uma concepção onde tudo está em harmonia com tudo; tudo está em tudo e cada um é responsável por esta harmonia. É uma concepção que não exclui nada e não dá toda importância a um único elemento, pois todos são passageiros de uma mesma realidade, são, portanto iguais.

No entanto, não se pode pensar que esta igualdade signifique uniformidade. Todos estes elementos são diferentes entre si, têm uma personalidade própria, uma identidade própria. Através de minhas leituras e viagens fui compreendendo, aos poucos, aquilo que o meu avô dizia sobre a sabedoria que existe em cada um e todos os seres do planeta.

Descobri que não precisa ser xamã ou pajé para chacoalhar o maracá, basta colocar-se na atitude harmônica com o todo, como se estivéssemos seguindo o fluxo do rio, que não tem pressa...mas sabe aonde quer chegar. Foi assim que descobri os sábios orientais; os monges cristãos; as freiras de Madre Teresa; os muçulmanos; os evangélicos sérios; os pajés da Sibéria, dos Estados Unidos, os Ainu do Japão, os Pigmeus; os educadores e mestres...descobri que todas estas pessoas, em qualquer parte do mundo, praticando suas ações buscando o equilíbrio do universo, estão batendo seu maracá.

Entendi, então, a lógica da teia. Entendi que cada um dos elementos vivos segura uma ponta do fio da vida e o que fere, machuca a Terra, machuca também a todos nós, os filhos da Terra. Foi aí que entendi que a diversidade dos povos, das etnias, das raças, dos pensamentos é imprescindível para colorir a Teia, do mesmo modo que é preciso o sol e a água para dar forma ao arco-íris.

Por Daniel Munduruku

Mulher, Dona de Si



Vocês já pararam para pensar na letra da música "Dona", do grupo brasileiro Roupa Nova? Eu sempre me encantei com o que a melodia dessa música e mais ainda com o significado que ela me traz.

Ela me fala no poder da mulher que Sabe do Seu poder. Daquela mulher que sabe o que quer, sabe o que sente, sabe para onde vai, e não permite que ninguém a impeça de seguir em frente, ou de parar quando sentir que deve parar. Mulher dona de si. Mulher que não se entrega diante das dificuldades, da dor de uma decepção. Que não esquece de si mesma, de sua essência, mesmo quando o mundo, o trabalho, os afazeres tentam fazê-la esquecer. Mulher que não se sente impura ou suja durante os dias em que menstrua, ela se sente simplesmente mulher. Que não sente vergonha de sentir prazer, ou de buscar esse prazer no corpo, na relação com o companheiro, pois sabe que esse é o prazer da Vida. Mulher que não se deixa ficar neurótica com as 'tendências da moda', ou com as calorias de uma barra de chocolate, ou com as ruguinhas que nasceram em seu rosto. Mas ela sabe que não há problema nenhum em comprar uma roupa nova, de fazer uma dieta equilibrada ou de usar um creminho no rosto para hidratar ou melhorar a sua pele... Pois a mulher gosta de se sentir bela, para si e para o mundo. Ela se enfeita tal como a natureza na primavera... 

E sem mais delongas, segue abaixo a letra da música que me referi. Que a música fale por si mesma...

À todas as mulheres que sabem do seu poder, que amam a si mesmas, que erguem alto suas asas e voam livre pelos ventos...


Dona 
(Roupa Nova)


Dona desses traiçoeiros
Sonhos sempre verdadeiros
Oh! Dona desses animais
Dona dos seus ideais

Pelas ruas onde andas
Onde mandas todos nós
Somos sempre mensageiros
Esperando tua voz

Teus desejos, uma ordem
Nada é nunca, nunca é não
Porque tens essa certeza
Dentro do teu coração

Tan, tan, tan, batem na porta
Não precisa ver quem é
Pra sentir a impaciência
Do teu pulso de mulher

Um olhar me atira à cama
Um beijo me faz amar
Não levanto, não me escondo
Porque sei que és minha
Dona!!!

Dona desses traiçoeiros
Sonhos sempre verdadeiros
Oh! Dona desses animais
Dona dos seus ideais

Não há pedra em teu caminho
Não há ondas no teu mar
Não há vento ou tempestade
Que te impeçam de voar

Entre a cobra e o passarinho
Entre a pomba e o gavião
Ou teu ódio ou teu carinho
Nos carregam pela mão

É a moça da Cantiga
A mulher da Criação
Umas vezes nossa amiga
Outras nossa perdição

O poder que nos levanta
A força, que nos faz cair
Qual de nós ainda não sabe
Que isso tudo te faz
Dona! Dona!
Dona! Dona! Dona!

31 de agosto de 2011

Encontro na Lua nova de agosto - confira!


Nosso encontro na lua nova de agosto, dia 30, aconteceu com um número pequeno de mulheres, três (um número mágico, por sinal rs). Mas a companhia agradável, a conversa fluida e o sentimento de amizade foi maravilhoso! Gratidão as que participaram deste encontro, ou as que mesmo longe nos enviaram bons pensamentos. Gratidão especial a Claudia, que nos recebeu com hospitalidade e generosidade em seu espaço. Beijo a todas!!

Obs.: Confira mais detalhes sobre como foi o encontro na página 'Encontros & Fotos'. 

27 de agosto de 2011

A Lua


"Minha lua, navega serena
Vai de Ipanema, ao céu do Irã
Para ela, a moda não é tudo
A guerra não duvida o dia de amanhã
Minha lua, corre apaixonada
E a passarada, segue teu corcel
Ó lua, ó nua rainha
Ó a lua é minha, é de quem quiser
Oh a lua, a lua é das princesas
E com mais certeza será dos garis
Dos cantores, dos trabalhadores
Será dos autores, quando a noite cair
E será também dos prisioneiros
Será dos canteiros e do chafariz
Oh lua, lua é da cidade
Da humanidade, e de quem quiser"

(Canto Lunar - Denise Emmer)

Essa é uma bela canção e que adoro ouvir, ainda mais na voz de Daniela Lasalvia, que também canta essa música.
Ela me faz pensar na universalidade da Lua, de sua luz e amor que se estende por todo o planeta e toca a todos nós. Brilhando todas as noites no céu (com exceção de três dias, quando ela se recolhe por detrás do véu noturno) a Lua nos mostra um dos maiores mistérios da vida, que é deixar-se morrer para então renascer.

Chamada e reverenciada em praticamente todas as culturas como Iaci, Luna, Selene, Arianrhod, Mamachilla, Chang-O, Ishtar, Inanna... e tantos outros nomes, a Lua exerce enorme influência sobre as plantações, as marés, os animais e os seres humanos, sobretudo as mulheres. Não nos esqueçamos que o corpo humano é composto de setenta por cento de água, e se a lua influencia as águas do planeta, ela pode influenciar muito bem as nossas águas...
A aproximação entre a lua e mulher é atestada há muito tempo e ocorre em diversos sentidos. O ciclo lunar tem quase a mesma duração que o ciclo menstrual, aproximadamente 29 dias (de uma lua cheia para a outra, e de uma menstruação para a outra).


A Lua nasce da escuridão (lua nova), com o tempo cresce a intensidade de seu brilho (crescente), fica plena de luz e beleza (cheia), e mingua, "morre" aos poucos (minguante) até mergulhar novamente na escuridão da noite (lua escura).
A mulher, por sua vez, durante seu ciclo menstrual, inicia seu período fértil, alcança o ápice de seu potencial de fertilidade, os hormônios afloram e estimulam a sua libido (desejo) e o desenvolvimento de seu corpo (algumas mulheres sentem seus seios e barriga incharem - devido a retenção de líquido em seu corpo - durante o período fértil, precisamente alguns dias antes de menstruar), até que, no caso de não ocorrer uma fecundação, o endométrio e o óvulo se 'desfazem', e assim desce o fluxo menstrual, sinalizando que nesses momentos a mulher não está fértil e seu útero está se renovando para iniciar em breve um novo ciclo...

As associações entre mulher e Lua se dão em outros sentidos também, como místicos e simbólicos (representados, por exemplo, no mito de Inanna, em sua descida ao submundo e retorno à superfície), além de hormonais e emocionais. Mas, o texto aqui se estenderia demais, e essa discussão fica para um outro momento.

Para terminar, vale fazermos algumas reflexões...
Como a lua me influencia? Em que lua me sinto mais ativa, dinâmica? E em qual me sinto mais introspectiva, calma? Meu ciclo menstrual está regular? Como faço para harmonizá-lo? Meditação? Exercícios físicos? Alimentação? Todos essas ações? Do que preciso me libertar? O que deve morrer em minha vida, em meus pensamentos, sentimentos, para que eu renasça? Para que a luz e o amor volte a brilhar? O que me faz feliz? Eu já olhei a lua hoje?

Que a Lua lhe inspire hoje e sempre...

Mayra Faro.




Sugestões de leitura:
"A Lua na sua vida: o poder mágico e as influências sobre as mulheres" (Donna Cunningham).
"Rubra Força: fluxos do poder feminino" (Monika Von Koss).
"Mulheres que correm com os lobos" (Clarissa Pinkola Estés).

25 de agosto de 2011

O Ecofeminismo



Sobre:
O Ecofeminismo originou-se dos movimentos sociais feminista, pacifista e ambientalista (ou ecologia) no final da década de 1970 (popularmente conhecida como “a segunda onda” do feminismo).

O Ecofeminismo sugere um convívio social com complementação e nunca exploração, sem os conceitos de dominante e dominado, evidencia a relação entre a dominação da natureza com as dominações por raça, gênero ou classe social pelo poder patriarcal, e busca o fim de todos os tipos de opressão.

Desta forma, os ecofeministas acreditam que tanto a exploração como a submissão da mulher estão fundamentadas na mesma razão proveniente à exploração da natureza e de outros povos. Assim como o meio ambiente, as mulheres são consideradas pelo capitalismo patriarcal como meio de produção ou exploração, que devem ser submetidas às supostas necessidades humanas.

Esse mesmo capitalismo apresenta intolerância diante de outros seres, espécies ou culturas que julga subordinados ao seu poder, sentindo-se no direito de dominá-los, tal qual ocorre com o meio ambiente e com a mulher.

O ecofeminismo pode ser considerado mais como uma corrente de mulheres que trabalham no movimento ambientalista, do que propriamente parte do movimento feminista (uma vez que esse não compartilha, exatamente, a tese da natureza enquanto “princípio feminino”).


História:

O termo Ecofeminismo foi originalmente utilizado pela francesa Françoise d´Eaubonne[1] em 1974 e simboliza a união do pacifismo, ambientalismo (ecologia) e feminismo, atuando inicialmente contra a construção de usinas nucleares, e posteriormente aplicado ao Movimento Chipko (Índia). Também sofreu influência dos movimentos antimilitaristas e antinucleares que eclodiram na Europa e Estados Unidos na década de 60.
O ecofeminismo apresenta em comum com os movimentos citados a idéia de descentralização (não-hierarquização), apoio ao desenvolvimento sustentável, busca de tecnologias não-agressivas ao meio ambiente e a superação da dominação patriarcal sobre os gêneros.
Iniciando com o ativismo ambiental de mulheres, na segurança ambiental e defesa da saúde, essa corrente ambientalista do feminismo firmou-se como corrente específica após o encontro promovido pelas Nações Unidas no Rio de Janeiro, em 1992, com a liderança de Petra Kelly.
Nesse evento, os debates entre o movimento das mulheres e o ambientalista relevaram tanto a importância do meio ambiente para a saúde física e mental dos seres, quanto a importância do despertar da cidadania feminina e a conscientização de seus direitos.
Dentre o ecofeminismo existem diversas correntes, desde as mais socialistas, até as mais liberais.Há também vertentes espiritualistas e esotéricas, e programas sócio-ambientais que compartilham os princípios ecofeministas, embora às vezes sua organização não se define como tal. Um exemplo de movimento ecofeminista internacional é o Woman´s Environment and Development Organization (WEDO), e nacional, a Rede de Defesa da Espécie Humana (REDEH) e Rede Mulher de Educação (RME).
[1] Mulher, francesa e feminista, deu origem ao ecofeminismo com seu trabalho “Le feminisme ou la mort” (“O feminismo ou a morte”).
(...)
Tendências:

O ecofeminismo pode ser dividido em três tendências:
1. Ecofeminismo clássico, na qual o feminismo denuncia a naturalização feminina como meio de justificar o patriarcado. Segundo esta tendência, a busca masculina pelo poder tem levado o mundo a guerras e à destruição do planeta e a ética feminina de proteção da vida se opõe à essência agressiva dos homens. Assim, as mulheres seriam pré-dispostas ao pacifismo e à conservação ambiental, e os homens teriam tendências à competição e à destruição;
2. Ecofeminismo espiritualista do Terceiro Mundo, originado nos países do sul, sofreu influência dos princípios religiosos de Ghandi [1] (Ásia) e da Teologia da Libertação [2] (América Latina). Atribui à cosmologia a naturalização da mulher, e afirma que o desenvolvimento da sociedade ocasiona a violência contra as mulheres e o meio ambiente, pela dominação e centralização do poder patriarcal. Caracteriza-se pela postura crítica contra as formas de dominação, tais como antisexista, antiracista, antielitista e anti-antropocêntrica;
3. Ecofeminismo construtivista, que defende que a relação da mulher com a natureza é originária de suas responsabilidades atribuídas. Embora compartilhe idéias contra as formas de dominação, não se identifica nem com o essencialismo nem com as fontes religiosas espirituais anteriormente citadas. Defende a necessidade de assumir novas práticas de relação de sexo e com a natureza.
Usualmente é associado ao nome “ecofeminismo” apenas a primeira tendência (clássica) e a teoria construtivista e as últimas tendências são pouco conhecidas.
As 3 tendências, embora distintas, apresentam os mesmos cuidados com o meio ambiente e com a vida e defendem o fim das formas de opressão à feminilidade. O ecofeminismo é um movimento plural e global com uma crescente comunidade de ativistas e teóricos.
[1] Princípios filosóficos não sangrentos, porém eficientes, inspirando os hindus para que mantivessem uma união disciplinada e conclamou a Humanidade para uma reflexão em que a bondade deve recair sobre bons e maus. Com fortes raízes espiritualistas, justificou plenamente a filosofia pacifista que empregou na sua missão. Conhecedor da imortalidade da alma e da pluralidade das existências, Gandhi foi à luta, consciente de que toda boa colheita só obtém êxito em campo lavrado.
[2] Fonte de reflexão teológica que impulsionou processos de renovação, modificando visões de mundo. Passou a ser um marco referencial para outros grupos que se consideram oprimidos: os cristãos pobres da África e da Ásia, as minorias discriminadas nos Estados Unidos (negros e hispanos) e os diversos movimentos feministas.
(...)
Importância:
O ecofeminismo contribui, seja pela sua visão teórica, seja pela prática das suas integrantes, na reflexão sobre a nossa responsabilidade como habitantes do planeta de assumir um novo paradigma, mais sustentável e equilibrado do ponto de vista ambiental.
Um exemplo da prática ecofeminista ocorreu no início do movimento, na qual um grupo de mulheres do norte da Índia protegeu mais de 25.900 km2 de bacia hidrográfica de uma floresta do Himalaia, uma vez que o desflorestamento de florestas causava deslizamentos de terras, inundações e erosão de solo. Conhecido como o Movimento Chipko, (palavra hindi que significa “agarrar”), recebeu este nome pela prática das manifestantes de impedir a derrubada de árvores fixando seus braços em volta do tronco (prática conhecida como “abraço na árvore”).
Alguns anos mais tarde um movimento ecofeminista no Quênia, Green Belt , iniciou a plantação de árvores para prevenir a falta de água local, os efeitos da erosão e os desafios causados pelo desflorestamento local. Metz afirma que “Como as mulheres da Índia, as mulheres do Movimento Green Belt reconheceram que protegendo e repovoando seu ambiente natural, elas estariam também estabelecendo os fundamentos na direção do desenvolvimento econômico equitativo”.
Como um meio de incorporar a visão feminina acerca dos problemas ambientais, o ecofeminismo por si só já contribui significativamente para o meio ambiente, uma vez que acrescenta idéias inovadoras, chamando a atenção para aspectos antes desconsiderados. Ao adicionar valor ao que não é considerado “economicamente relevante”, tal como qualidade de vida, cultura, valores; permite questionar novas visões de desenvolvimento. Segundo Emma Siliprandi, “O debate ecofeminista enfatiza o efeito das construções ideológicas nas relações de gêneros e nas formas de ação em relação ao meio ambiente”.

Fonte: http://www.ecofeminismo.com.br/

Oração a Mãe Terra



"Abençoado seja o Filho da Luz que conhece sua Mãe Terra.
Pois é ela a doadora da vida.
Saibas que a sua Mãe Terra está em ti e tu estás Nela.
Foi Ela quem te gerou e que te deu a vida.
E te deu este corpo que um dia tu lhe devolvas.

Saibas que o sangue que corre nas tuas veias.
Nasceu do sangue da tua Mãe Terra,
O sangue Dela cai das nuvens, jorra do ventre Dela.
Borbulha nos riachos das montanhas.
Flui abundantemente nos rios das planícies.

Saibas que o ar que respiras nasce da respiração da tua Mãe Terra,
O alento Dela é o azul celeste das alturas do céu.
E os sussurros das folhas da floresta.

Saibas que a dureza dos teus ossos foi criada dos ossos de tua Mãe
Terra.
Saibas que a maciez da tua carne nasceu da carne de tua Mãe Terra.
A luz dos teus olhos, o alcance dos teus ouvidos.
Nasceram das cores e dos sons da tua Mãe Terra.
Que te rodeiam feito às ondas do mar cercando o peixinho.

Como o ar tremelicante sustenta o pássaro.
Em verdade te digo, tu és um com tua Mãe Terra.
Ela está em ti e tu estás Nela.
Dela tu nasceste, Nela tu vives e para Ela voltará novamente.

Segue, portanto, as Suas leis.
Pois teu alento é o alento Dela.
Teu sangue o sangue Dela.
Teus ossos os ossos Dela.
Tua carne a carne Dela.
Teus olhos e teus ouvidos são Dela também.

Aquele que encontra a paz na sua Mãe Terra.
Não morrerá jamais,
Conhece esta paz na tua mente.
Deseja esta paz ao teu coração.
Realiza esta paz com o teu corpo"

(autor desconhecido)

20 de agosto de 2011

Encontro na Lua nova, dia 30/08



É com alegria que convidamos a todas para o encontro do círculo de mulheres Irmãs do Círculo!

Dia: 30/08
Hora:18:30 h
Local: Espaço Saúde e Vida

TEMA: A Lua e a Mulher

Roda de conversa - meditação - contação de mitos - danças circulares.

Aguardamos vcs lá!
Sigamos conectadas em amor, amizade e alegria!

Abraços com brisa de lua e cheiro de jasmin! :)

15 de agosto de 2011

Qual o Poder de Um Círculo de Mulheres?



(Texto escrito por Cirandda da Lua / Soraya Marianni, para o site www.stum.com.br).



O Círculo de Cura

Minha experiência com “Círculos de Mulheres" começou muito cedo. Ainda menina nas cirandas de roda, girávamos e cantávamos, celebrando a vida através dos passos cantados. Fui crescendo e percebi que nós, meninas, viramos moças e continuamos em roda para falar dos primeiros amores, dos medos, das alegrias. Então, percebi que as mulheres de minha família e também de outras famílias fazem parte de um grande “Circulo de Mulheres" que acolhe, conforta, aquece e transforma!

No meu trabalho como educadora pude observar novamente que as meninas sempre estão em roda e os meninos correndo, jogando bola... Não que as meninas não joguem bola e não corram, mas sinto que a necessidade da mulher de formar círculos é inerente à sua vontade. Também fui facilitadora de diversos grupos com os mais diferentes temas, onde por mais que eu abrisse a possibilidade da participação dos homens, meu maior público sempre foi o feminino. Inspirada nesta experiência de vida e com profundo embasamento teórico, hoje sou facilitadora de “Círculos de Mulheres” destinados ao Resgate do Sagrado Feminino.

O que é um Círculo de Mulheres e qual sua relação com o Sagrado Feminino?

“Você deve ter notado que tudo que um indígena faz é em Círculo. Isso acontece porque todo Poder do Mundo sempre trabalha em círculo e tudo tenta ser redondo... O céu é redondo e eu ouvi dizer que a Terra é redonda como uma bola e também as estrelas. O vento, no momento de seu maior poder, gira. Os pássaros fazem seus ninhos circulares, pois eles têm a mesma crença que nós... mesmo as estações formam um grande círculo de mudanças que sempre retornam ao seu início. A vida de um homem é um círculo que vai de infância a infância e assim é em tudo onde o poder atua.”
Black Elk, Homem Santo dos Oglala Sioux

Os círculos fortalecem um vínculo afetivo capaz de despertar a beleza e a verdade, a criatividade e a espiritualidade. É uma forma arquetípica que parece familiar à psique da maioria das mulheres. Ele é pessoal e igualitário. De acordo com Jean Shinoda Bolen "... quando um Círculo de mulheres está centrado, ele forma uma roda ou uma mandala invisível".

O Círculo reúne-se como que ao redor de um fogo sagrado no centro de uma lareira redonda. O centro é o que torna o Círculo especial ou sagrado. O centro invisível, como fonte de energia, compaixão e sabedoria.

No círculo, como na vida, as mais valiosas lições surgem do fato de termos feito o melhor nas circunstâncias mais difíceis. “O círculo e seus membros se desenvolvem através de situações difíceis.”

Também é um dos símbolos associados à Deusa e ao feminino. Representa os muitos ciclos da vida e nós, mulheres, carregamos em nosso corpo todas as Luas, todos os ciclos, o poder do renascimento e da morte. Sendo assim, este arquétipo está diretamente ligado à mulher.

O Poder do Círculo de Mulheres

Fazer parte de um grupo de mulheres é um grande compromisso com a vida, é um ato de coragem e de amor. Conhecer os segredos da vida, as vozes do inconsciente, o canto das fadas e o encanto dos seres do mundo paralelo é uma nova forma de viver, de envolver-se e de amar.

Se a lua habita no seu coração e você sente o convite do mistério como um canto de sereia, irresistível e belo, vem, solta seus pés como uma dançarina, abre um sorriso para a vida, use seus braços como asas de uma borboleta e voe para o sonho, porque o nosso Círculo de Mulheres está lhe esperando e uma nova mulher estará, então, entrando na Grande Mandala.

Enfim, se você, mulher, ainda não teve a oportunidade de participar de um Círculo de Mulheres, agora é o momento certo! Entre nesta viagem para Resgate de sua Alma!

Com amor.


(Fonte: www.stum.com.br/clube/artigos.asp?id=07666)

1 de agosto de 2011

Por onde se perde o tempo, para se tornar infinito...


"Por onde se perde o tempo, para se tornar infinito
Por onde se rasga a pele para se tornar céu
Todas as Mulheres se reencontram e curam em círculo
Aqui, Agora
De todas as nossas vozes ancestrais e presentes nasce a dança
A que nos Dança

Pela força da criação, fecundidade, destruição
Alquimia
Amor em perpétuo movimento
Silêncio, Absoluta Liberdade, Entrega"
(Chan Tu Mae)

Canta e Dança Mulher!


"Lembra mulher de quando teus pés descalços pisavam na terra molhada, depois da tempestade tão esperada

Recorda quando teus ouvidos sabiam compreender as mensagens que o vento assoprava para o teu espírito

Inspira fundo e sente o aroma daquela época onde viveste próxima aos frutos e às flores e tudo acontecia em tempo certo, sem apressamentos

Compreende que teu corpo e tua alma obedeciam à voz da Grande Mãe, e tua vida fluía plena de sabedoria, pois tu representavas a Deusa, o Sagrado Feminino, e de ti resplandecia toda a generosidade

Recorda que conhecias bem os mistérios da lua, tua irmã, e te guiavas por instintos e intuições, sonhavas com as respostas e cheia de confiança em teu coração guiava a tua vida e de tantos outros por caminhos seguros

Tua natureza, sempre disposta a dar vida e dela cuidar, ligada por estreitos laços aos ritmos e ciclos do universo, sabia cantar e dançar, e assim espalhava alegria pelo norte, pelo sul, pelo leste e pelo oeste, sem perder o teu centro

Rosa dos ventos e dos tempos, hoje estás novamente aqui, mas não te esqueça jamais de continuar a cumprir o teu sagrado papel

O Universo ainda carece do teu feminino...
Ah! Então canta e dança
E o destino dos homens se cumprirá!"

(Autoria desconhecida)

Despir a alma...




"Talvez,a verdadeira excitação esteja,hoje,em ver uma mulher despir-se de verdade-emocionalmente.
Nudez pode ter um significado diferente.


Muito mais intenso é assistir a uma mulher desabotoar suas fantasias,suas dores,sua história.
É erótico ver uma mulher que sorri,que chora,que vacila,que fica linda sendo sincera,que fica uma delícia sendo divertida,que deixa qualquer um maluco sendo inteligente.
Uma mulher que diz o que pensa,o que sente,o que pretende,sem meias verdades,sem esconder seus pontos fracos-aliás,deveríamos nos orgulhar de nossas falhas,é o que nos torna humanas e não bonecas de porcelana.

Arrebatador é assistir ao desnudamento de uma mulher,em quem sempre se poderá confiar.
Não é fácil tirar a roupa e ficar pendurada numa banca de jornal,mas difícil por difícil,também é complicado abrir mão de pudores verbais,expor nossos segredos e insanidades,revelar nosso interior.

Mas é o que devemos continuar fazendo.
Despir nossa alma e mostrar para valer quem somos,o que trazemos por dentro. Não conheço strip-tease mais sedutor..."

(por Glaucia Elena K. Pilar).

28 de maio de 2011

Bolívia cria a Lei da Mãe Terra

(Pachamama)

País dá exemplo ao mundo

A Bolívia está em vias da aprovar a primeira legislação mundial dando à natureza direitos iguais aos dos humanos. A Lei da Mãe Terra, que conta com apoio de políticos e grupos sociais, é uma enorme redefinição de direitos. Ela qualifica os ricos depósitos minerais do país como "bençãos", e se espera que promova uma mudança importante na conservação e em medidas sociais para a redução da poluição e controle da indústria, em um país que tem sido há anos destruído por conta de seus recursos, informa o Celsias.

Na Conferência do Clima de Cancun, a Bolívia destoou da maioria quando declarou que todo o processo era uma farsa, e que países em desenvolvimento não apenas estavam carregando a cruz da mudança do clima como, com novas medidas, teriam de cortar também mais suas emissões.

A Lei da Mãe Terra vai estabelcer 11 direitos para a natureza, incluindo o direito à vida, o direito da continuação de ciclos e processos vitais livres de alteração humana, o direito a água e ar limpos, o direito ao equilíbrio, e o direito de não ter estruturas celulares modificadas ou alteradas geneticamente. Ela também vai assegurar o direito de o país "não ser afetado por megaestruturas e projetos de desenvolvimento que afetem o equilíbrio de ecossistemas e as comunidades locais".

Segundo o vice-presidente Alvaro García Linera. "ela estabelece uma nova relação entre homem e natureza. A harmonia que tem de ser preservada como garantia de sua regeneração. A terra é a mãe de todos".  O presidente Evo Morales é o primeiro indígena americano a ocupar tal cargo, e tem sido um crítico veemente de países industrializados que não estão dispostos a manter o aquecimento da temperatura em um grau. É compreensível, já que o grau de aquecimento, que poderia chegar de 3.5 a  4 graus centígrados, dadas tendências atuais, significaria a desertifição de grande parte da Bolívia.

Esta mudança significa a ressurgência da visão de um mundo indígena andino, que coloca a deusa da Terra e do ambiente, Pachamama, no centro de toda a vida. Esta visão considera iguais os direitos humanos e de todas as outras entidades. A Bolivia sofre há tempos sérios problema ambientais com a mineração de alumínio, prata, ouro e outras matérias primas.

O ministro do exterior David Choquehuanca disse que o respeito tradicional dos índios por Pachamama é vital para impedir a mudança do clima. "Nossos antepassados nos ensinaram que pertencemos a uma grande família de plantas e animais. Nós, povos indígenas, podemos com nossos valores contribuir com a solução das crises energética, climática e alimentar".  Segundo a filosofia indígena, Pachamama é "sagrada, fértil e a fonte da vida que alimenta e cuida de todos os seres viventes em seu ventre."