"Minha lua, navega serena
Vai de Ipanema, ao céu do Irã
Para ela, a moda não é tudo
A guerra não duvida o dia de amanhã
Minha lua, corre apaixonada
E a passarada, segue teu corcel
Ó lua, ó nua rainha
Ó a lua é minha, é de quem quiser
Oh a lua, a lua é das princesas
E com mais certeza será dos garis
Dos cantores, dos trabalhadores
Será dos autores, quando a noite cair
E será também dos prisioneiros
Será dos canteiros e do chafariz
Oh lua, lua é da cidade
Da humanidade, e de quem quiser"
(Canto Lunar - Denise Emmer)
Essa é uma bela canção e que adoro ouvir, ainda mais na voz de Daniela Lasalvia, que também canta essa música.
Ela me faz pensar na universalidade da Lua, de sua luz e amor que se estende por todo o planeta e toca a todos nós. Brilhando todas as noites no céu (com exceção de três dias, quando ela se recolhe por detrás do véu noturno) a Lua nos mostra um dos maiores mistérios da vida, que é deixar-se morrer para então renascer.
Chamada e reverenciada em praticamente todas as culturas como Iaci, Luna, Selene, Arianrhod, Mamachilla, Chang-O, Ishtar, Inanna... e tantos outros nomes, a Lua exerce enorme influência sobre as plantações, as marés, os animais e os seres humanos, sobretudo as mulheres. Não nos esqueçamos que o corpo humano é composto de setenta por cento de água, e se a lua influencia as águas do planeta, ela pode influenciar muito bem as nossas águas...
A aproximação entre a lua e mulher é atestada há muito tempo e ocorre em diversos sentidos. O ciclo lunar tem quase a mesma duração que o ciclo menstrual, aproximadamente 29 dias (de uma lua cheia para a outra, e de uma menstruação para a outra).
A Lua nasce da escuridão (lua nova), com o tempo cresce a intensidade de seu brilho (crescente), fica plena de luz e beleza (cheia), e mingua, "morre" aos poucos (minguante) até mergulhar novamente na escuridão da noite (lua escura).
A mulher, por sua vez, durante seu ciclo menstrual, inicia seu período fértil, alcança o ápice de seu potencial de fertilidade, os hormônios afloram e estimulam a sua libido (desejo) e o desenvolvimento de seu corpo (algumas mulheres sentem seus seios e barriga incharem - devido a retenção de líquido em seu corpo - durante o período fértil, precisamente alguns dias antes de menstruar), até que, no caso de não ocorrer uma fecundação, o endométrio e o óvulo se 'desfazem', e assim desce o fluxo menstrual, sinalizando que nesses momentos a mulher não está fértil e seu útero está se renovando para iniciar em breve um novo ciclo...
As associações entre mulher e Lua se dão em outros sentidos também, como místicos e simbólicos (representados, por exemplo, no mito de Inanna, em sua descida ao submundo e retorno à superfície), além de hormonais e emocionais. Mas, o texto aqui se estenderia demais, e essa discussão fica para um outro momento.
Para terminar, vale fazermos algumas reflexões...
Como a lua me influencia? Em que lua me sinto mais ativa, dinâmica? E em qual me sinto mais introspectiva, calma? Meu ciclo menstrual está regular? Como faço para harmonizá-lo? Meditação? Exercícios físicos? Alimentação? Todos essas ações? Do que preciso me libertar? O que deve morrer em minha vida, em meus pensamentos, sentimentos, para que eu renasça? Para que a luz e o amor volte a brilhar? O que me faz feliz? Eu já olhei a lua hoje?
Que a Lua lhe inspire hoje e sempre...
Mayra Faro.
Sugestões de leitura:
"A Lua na sua vida: o poder mágico e as influências sobre as mulheres" (Donna Cunningham).
"Rubra Força: fluxos do poder feminino" (Monika Von Koss).
"Mulheres que correm com os lobos" (Clarissa Pinkola Estés).
Sugestões de leitura:
"A Lua na sua vida: o poder mágico e as influências sobre as mulheres" (Donna Cunningham).
"Rubra Força: fluxos do poder feminino" (Monika Von Koss).
"Mulheres que correm com os lobos" (Clarissa Pinkola Estés).
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